segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Insônia

Pela data hora da postagem pode ver que o título veio a calhar!
Bem... esse novo texto eu escrevi a menos de uma semana, é sobre uma experiencia minha elevada ao cupo do sentimentalismo e do sofrimento de uma mulher após o fim de um casamento. Obviamente nunca fui casada, com a graça de Deus, porém tive terminos de namoro que me deram insônia!

Espero que gostem! Beijos e abraços, tenham um ótimo fim de ano!


-- Insônia --


Carem não conseguia dormir a três semanas, eram cigarros noturnos empilhados nos cinco cinzeiros espalhados pela casa, xícaras de café empilhadas em sua cozinha, remédios para enxaqueca diários, sua saúde estava cada vez pior, tossia com freqüência, dormia no máximo três horas por dia, demorava horas para pegar no sono e sonhar com o que não queria, seu ex-marido.

Fazia três meses desde a separação, o primeiro mês fora difícil, chorava com freqüência, mas diferente do normal, choros de raiva, não de tristeza, a tristeza apareceu depois de duas semanas, quando reparou no que tinha realmente acontecido, que não tinha sido uma briga usual, que ele havia a trocado, era terrível, insuportável. Chorava no banho, chorava enquanto dormia, silenciosamente, ia ao trabalho de óculos escuros para evitar a piedade, raramente o tirava, dizia que estava com os olhos irritados e que a luminosidade a incomodava. Piedade é um sentimento horrível, pode não parecer para quem o transmite, mas para quem o recebe, é o pior sentimento de todos.

O segundo mês fora bem diferente, tão diferente que realmente não poderia ser verdade, era a liberdade, os sorrisos bobos, a chance de conhecer coisas novas, de mudar, aprimorar. Novo corte de cabelo, nova maquiagem, até seu escritório na agência tinha mudado. Um sentimento bom, mas passageiro. Levou só uma ligação para jogar tudo por água a baixo e voltar à estaca zero, aos óculos escuros.

Era seu marido, quer dizer, ex-marido, essa palavra havia sido evitada durante o mês inteiro, impedir sentimentos agora inevitáveis. Ele dizia que estava com saudades, que queria conversar, tomar um café, fumar uns cigarros, só para por a conversa em dia, provavelmente sua amante, aquela que destruíra seu casamento, havia o largado, como qualquer garotinha de vinte anos de idade nem um pouco pronta para relacionamentos reais.

Carem fez questão de não aceitar, inventou uma desculpa besta que nem mesmo ele cairia nela. Mas funcionou, ele tentou marcar outros dias, mas mais desculpas eram postas, não se sentia pronta para encará-lo, não sabia se isso lhe traria lembranças, lágrimas, sorrisos, não queria, nem devia, enfrentar isso tão cedo.

Sua teoria do término de namoro estava certo, ela soube isso por segundos, contatos e colegas que eram amigos dele, foi discreta, não quis parecer interessada. Estranhamente se alegrou, não porque quisesse correr atrás dele, mas por saber que o motivo pelo qual ele havia a largado o largou também, era algo como vingança, ótimo gosto na época.

O terceiro mês estava sendo pior que o primeiro, ela não chorava, seu estoque de lágrimas havia acabado, porém sonhava toda noite com ele, com seus toques, com seus beijos... Ela não podia sentir-se assim, não podia se enganar, pois depois de se cansar dela outra vez, outra menina de vinte e poucos anos apareceria e estragaria tudo mais uma vez. Sentiu-se tentada a ligá-lo, um retorno de todas as ligações que ele havia feito, mas o risco era grande.

Levou duas semanas daquele terceiro mês para ela resolver ligá-lo, conversaram pouco, até ele lhe informar que a garota que destruíra seu casamento havia voltado atrás, eles estavam de volta, juntos e felizes, enquanto ela estava sozinha e cada vez mais abalada, triste. Segurou o espanto, não ia dar este gosto ao seu ex-marido, disse-lhe falsamente a sua felicidade por ele, agradeceu-a e disse para saírem para comemorar... Carem negou.

Agora estava claro que há um mês atrás ele só queria conversar, ela estava se sentindo poderosa de mais ao pensar que ele queria algo além disso, foi o momento que parou de dormir. Parou de dormir para evitar sonhos, parou de dormir para evitar que o seu subconsciente falasse mais alto e a dominasse no momento de fragilidade. Enquanto se mantivesse acordada, poderia continuar controlando sua mente, mesmo que fosse inútil, agora usava óculos para esconder os seus olhos cansados graças a sua fragilidade constante.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Amizade

Se não me engano devo ter escrito esse texto semana passada. Não é muito bom, não achei que me superei nesse, porém, mesmo assim, devo colocá-lo aqui, vai ver estou sendo crítica comigo mesmo. Esse texto explicará meu ponto de vista a respeito das "mentiras bondosas", logo mais entenderão!

Beijos, até a próxima.



--- Amizade ---

Nunca imaginei que fosse uma boa amiga. Que minha presença fizesse diferença a alguém, ou que meus conselhos realmente aconselhassem alguém, ajudassem. Não, não que eu me ache uma inútil, desnecessária, simplesmente sou realista, nunca imaginei que fosse necessária. Como demonstro o que sou e o que sinto, isso é irrelevante, pois simplesmente não demonstro, são poucos e bons que conhece um Eu mais aprofundado meu, nem meus parentes mais próximos tiveram o desprazer de conhecer esse tal Eu que por aqui cito.

O que quero me referir de fato é no modo que passo meu companheirismo, minha amizade à frente. Não digo que temo, mas receio que o modo pelo qual trato os que estão em minha volta possa me prejudicar e prejudicá-los, não serei mesquinha, penso razoavelmente mais na parte em que digo que irá ME prejudicar, confesso.

Perco amigos, conhecidos para ser mais sincera, pois ainda tenho um pensamento romântico que os amigos nunca se vão, que são poucos, porém eternos, essas baboseiras gostosas de se ouvir que escutamos desde bebês. A facilidade que consigo perder esses conhecidos é inacreditável, com um simples comentário sem as "papas" na língua, sem me preocupar com a necessidade daquela "mentira bondosa", irônico!

"Mentira bondosa", minha infância inteira aprendi que mentir é errado, não importando os fatos, no entanto quando cresci um pouco escutei a "mentira para o bem", a típica "mentira para não magoar", é um absurdo! É paradoxal! Nos mandam não mentir, mas logo após nos dizem que temos que mentir em alguns momentos. Esse foi o meu grande erro perante o meu processo seletivo de amizades, eu sempre acabo na ultima lista de chamada pelo fato de não saber diferenciar a "mentira má" da "mentira boa", mentira para mim sempre foi mentira, não existe o lado positivo ou negativo.

Seria mentira dizer que não minto (gostei dessa frase, interessante!), pois ao longo de minha vida a inocência foi se perdendo, a voz de minha mãe me dizendo que eu não poderia concordar com a senhora quando ela se diz uma "velha acabada e pelancuda, olhe meus peitos caídos, que absurdo, não acha?!", tive que aceitar a mentira boa, mas não necessariamente entendê-la, até hoje minha mente ainda se pergunta "mas, afinal, se não quer saber a verdade, por que diabos perguntou?".

Agora você se pergunta "Mas que inferno! Li algo pensando que era sobre a amizade, e só vejo uma excêntrica falando sobre a mentira!", mas então, deixe-me explicar, pouco a pouco, não posso lhe dar tantas informações sem explicar cada uma delas, senão você não compreenderia meu ponto de vista real, entende?

O momento em que a amizade entra no campo das "mentiras bondosas":

É fundamental aprender a mentir, foi o que eu cultivei ao longo dos anos, as pessoas não querem escutar a verdade, querem escutar o que mais lhe agradam. E se você, assim como eu, não tem a capacidade de fazer a "mentira bondosa", então meu caro, divirta-se nesse mundo meio solitário, onde você encontra poucos como você, que não entendem essa mentira solidária, o resto do mundo, lhe prometo, não lhe compreenderá, não tão cedo.

Não pense que só porque eu não pratico a "mentira bondosa" que não peço que a façam comigo, você se engana. Mais uma vez digo que não serei mesquinha, assumo que prefiro escutar o que me agrada do que a verdade, a única diferença é que minha mente pensa no inverso.

Sim, cada texto que escrevo, você, meu caro leitor, repara o quanto eu sou excêntrica.

Nesse momento você se questiona "pensar o inverso?", exatamente, o inverso, imagine só, uma pessoa normal, que pratica a mentira solidária, quando não recebe a mentira solidária, além de ficar insatisfeita ainda se irrita com o colega que não a praticou, que saiu da normalidade de seu mundo, frustrada, faz alguma questão que não manter aquele contato, e nenhuma questão de entender o ponto de vista do dito cujo.

Agora imagine o inverso, uma pessoa que não pratica a mentira solidária, quando não recebe a mentira solidária também tende a ficar frustrada, no entanto é exatamente aí que se encontra o inverso: Faz alguma questão de manter aquele contato, e procura ao máximo entender o ponto de vista do dito cujo.

Imagino que você esteja entendendo como é complicado arranjar amigos e se sentir uma boa amiga nos dias de hoje...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Opiniões

Olá a todos, ando escrevendo muito recentemente, porém nada muito longo ou complexo, mas, talvez, alguns textos descentes, talvez...

Bom, não há muito a dizer sobre esse texto, é simplesmente uma maluquice que criei hoje a tarde, indo ao banho... Espero que gostem, beijos e abraços!



--- Opiniões ---

Lutamos por uma liberdade inexistente...

Nunca entendi essa idéia de liberdade, de luta pela liberdade, nunca achei que isso existe, como vou lutar por algo que nunca experimentei? Falaram-me de liberdade logo quando era novo, mal sabia andar, engatinhava em torno da mesa de centro, tão inocente, mal sabia da existência de nada, até que me falaram da liberdade, linda palavra, forte, tom de importancia. Lutar, lutar... Nunca vi ninguém conseguir ganhar essa luta, já viu? Se por acaso chegar a ver, me conte, me apresente essa pessoa, teria muito a conversar com ela. Até onde eu sei, a liberdade é se livrar das correntes imaginárias que o mundo nos impõe, estou correto? Pois então, não só o mundo como nós mesmos impomos correntes imaginárias sempre, uma hora estamos presos financeiramente, na outra, espiritualmente, essa ultima nunca vi alguém lutar contra, mas mesmo assim você há de compreender que é um modo de nos colocarmos correntes imaginárias, você está a me compreender? Eu sei, eu te entendo, não é facil me compreender, veje só uns exemplos:


Nunca soube diferenciar o amor do ódio,
O sonho da realidade,
A vida da morte,
O certo do errado...
Pelo menos não em minha mente perturbada.
Para mim, tudo isso não se passa de opiniões.

Imagine só, sou alguém que o amor pode se transformar em ódio em segundos, sou mutável, sou uma metarmofose.

Ou então o sonho da realidade, o que pode se dizer de um sonho, quem sabe não vivo num sonho eterno, e que a relidade vem após, são opiniões, algo que não posso provar, que não há como diferenciar, afinal, no que se refere a sonhos para a sociedade, já possuí sonhos tão reais que se confundiram com a realidade suposta.

E a vida e a morte? Não, eu não estou louco, não estou sobre efeitos de drogas, só as drogas naturais, o racioncinio é uma droga.

Ninguém ainda pode provar o contrário, ou o exato, não há fatos que provem que já estamos mortos, ou que existe a morte, batimentos cardíacos e fatos cientificos não são o suficiente para me provar a sua teoria de minha insanidade.

Insanidade... Algo que a sociedade, o cotidiano, nos impôs, quem é mais louco, eu, que penso e reflito, ou você que me acusa? São opiniões, pontos de vista, eu tenho o meu, você tem o seu, por que não se senta ao meu lado, quer um cigarro? Pode pegar, está na mesa de centro, o isqueiro está ao lado, aceita uma bebida? Água, vodka, cerveja, suco, wisky... Infelizmente, ou felizmente, não posso lhe oferecer refrigerante, essas porcarias gasosas não me agradam, mas de qualquer modo, se quiser algo a mais, sirva-se, tudo está naquele balcão. Sinta-se em casa, confortável, sente-se na poltrona, não estou querendo mudar suas teorias até então feitas, suas opiniões, talvez lhe acrescentar, mas mudar? Jamais! Vamos somente discutir pontos de vista, espero que você não tenha hora para voltar.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Noite de Prazer

Olá a todos, ando escrevendo recentemente uma continuação para o meu personagem Marcelo, no entanto não pretendo mais colocar esse personagem por aqui mais, porque tenho planos mais avançados para ele, portanto, espero que tenham gostado, quem sabe futuramente encontrarão ele em outros lugares.
Hoje, na realidade, há menos de cinco minutos, terminei de escrever outro texto, picante este, reconheço, mas acho que está bom, espero que gostem, beijos e abraços!




--- Noite de Prazer ---


Seus
lábios se encontravam em contato com os dele, um beijo diferenciado, um toque diferenciado, como se cada beijo fosse único e eterno, suas mãos escorregavam em torno do corpo dela, tocando-lhe a cintura, escorregando levemente até encontrar suas coxas, um aperto, um suspiro, sua boca no pescoço dela, enquanto esta encontrava-se com seus olhos fechados e sua boca entreaberta, com suas unhas compridas arranhava-lhe as costas lisas e musculosas de seu homem. Onde, anteriormente, se encontravam no meio da sala escura, agora estavam de encontro com a parede, ela sentia a fria parede de mármore esquentar-se com o calor de seus corpos.

Ele levantava uma das pernas dela pegando-lhe a coxa grossa com sua mão suada, sua mão rústica, grande, cobria-lhe metade de sua coxa, ela chegava pouco a pouco mais próximo do corpo dele, apertando-lhe com mais força cada toque dele, suspirava palavras de prazer.

Suas línguas se acariciavam, seus lábios não paravam de se tocar, de tempos em tempos um deles escorregavam no pescoço do outro, quando era ele que fazia, seus dentes apertavam a pele macia dela, rapando os caninos afiados até seu ombro, deixando marcas de seus dentes, riscos vermelhos em sua pele branca. Enquanto ela beijava com delicadeza sua pele queimada de sol, beijava seu corpo todo.

O momento perfeito, o dia perfeito, a noite perfeita, a cada peça de roupa deixada ao chão, a cada beijo, a cada afeto, era a perfeição do momento vivido, era o simples ato, o simples carinho, o simples amor, como a eternidade em seus olhos, como as lágrimas de amor, de prazer escorregando-lhes pelas suas faces quentes, refrescando-os e atiçando ainda mais seu prazer, seu sentimento.

O coração dela era fácil de se sentir em contato com o corpo dele, fazia barulho que ecoava o resto da sala, era o que parecia no momento, era um batimento rápido, o dele era calmo, como se estivesse controlado o de sua parceira. Como se não bastasse dominar seu corpo, seu prazer, dominava também seu coração, um corpo em êxtase de prazer eterno.

A adrenalina dominando-lhes os corpos, escorregavam para as paredes, indo em direção a algo horizontal, não se importando se fosse o chão, um sofá, uma poltrona, uma mesa de vidro ou uma cama. Ele jogou-a em uma mesa de vidro, que congelou suas costas nuas, sua regata bordô encontrava-se ao chão, seu sutiã da mesma cor havia se perdido ao longo do caminho. Escorregou até o meio da mesa, não se preocupando se a mesa agüentaria o peso de ambos. A camisa preta sobreposta na camiseta branca dele, ambas se encontravam no chão, ao lado da mesa de vidro.

Ele subia em cima de sua companheira, com um olhar penetrante, prendeu as mãos dela com o peso das suas, deixando-a imobilizada, beijando-lhe o corpo todo, começando pelo pescoço, descendo em seus seios, beijando-lhe o abdômen, chegando a marca da virilha, retirou as calças dela com a boca, utilizando os dentes para desabotoar.

Ela lutava para se soltar de seus punhos fortes, queria tirar-lhe o resto de sua roupa, jogar suas jeans para o outro lado da sala, subir encima dele e dominar-lhe todo. Beijou sua boca, acariciou sua barriga, apertando, mordendo.

***

Ambos molhados de suor, cansados de prazer, suspirando palavras bonitas, algumas não. A mesa de vidro estava embaçada e úmida, estavam deitados abraçados lado a lado. Adormeceram nus, utilizando somente o calor de seus corpos para se esquentarem

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Uma Tarde de Sábado

Olá a todos, minha semana foi um pouco irritante, no entanto não posso deixar de colocar uma de minhas coisas só porque ela me da lembranças, pois a vida de uma pessoa só possui sentido quando se encara e aceita o passado... Este texto chama-se Uma tarde de Sabado, algo real, espero que gostem, beijos e abraços, até mais!


--- Uma Tarde de Sábado ---

Enquanto tocava-o com as palmas das suas mãos suadas o rosto vermelho dele, passando-lhe os dedos no contorno dos olhos, acariciando delicadamente as unhas compridas em suas bochechas. Sentia-se livre, e era exatamente isso que a espantava, não reconhecia mais tal sensação, não entendia mais os seus próprios sentimentos. Por conseqüência, sua mente tendia a repetir três palavras, aquelas palavras que há tempos amaldiçoara e jurava que ia bani-la de seu dicionário da vida.

Olhava diretamente em seus olhos, chegava a ponto de sentir-se desorientada, temia perder os sentidos em seus braços, mesmo sabendo que ele nunca a deixaria cair, sentia como se uma força espiritual os ligassem, uma ligação das almas, se isso realmente existisse. Sentia fortes tonturas e o abraçava mais forte toda vez que se sentia assim, ele repetia em seus ouvidos, dizendo-lhe para respirar fundo, sentir sem temer, não tia o que temer.


Ele mandava mensagens para sua mente, ela o correspondia, trocavam carinhos imaginários enquanto se beijavam, um beijo diferente do que costumava dar a ele até o começo daquela tarde de sábado.

Tudo isso transformava-se em novo, um novo sentimento, uma nova emoção, temia envolver-se, magoar-se, mas existem coisas inevitáveis, se desistisse por medo perderia esse novo sentimento, não aprenderia com nada e se prenderia em seu próprio mundo, seguro, porém demonstrando-se ser solitário, onde há menos de cinco horas era o melhor lugar a se viver, sentindo-se agora insatisfeita com suas escolhas anteriores.


Possuem coisas que vale o risco de sofrer mais tarde, esperando, somente, que esse sofrimento demore a acontecer.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O Relato

Péssimo dia, péssimo humor, geram texto sádico...

Até


--- O Relato ---

Vira seu corpo estirado ao chão, olhos revirados, mostrando aquela parte branca, brilhante, sem fim, o sangue escorria-lhe a face, molhava sua blusa branca, agora vermelha, jeans rasgada, sangue nos joelhos, era aquela massa avermelhada em tudo.

O carro, pouco amassado, mesmo com o choque violento, o vidro do lado do motorista estava trincado, não quebrado, o motorista ainda estava são, seu supercílio direito cortado pelo volante, pela batida, não chorava, não gritava, não demonstrava nada, estava em choque, uma corrida, só uma corrida, devia ter prestado mais atenção no trajeto, estava um pouco embriagado, mas quem não, uma vez pelo menos, dirigia bêbado? Não imaginada que uma criança pudesse estar brincando de bola na rua, eram sete e meia da noite já!

A criança, por sua vez, chorava, esperneava, desesperada, segurando uma bola roxa e vazia em suas mãos, apertava-a tão forte que, se a bola já não estivesse neste estado, ia ficar a pouco. Sua mãe a abraçava, tentava a tirar da cena, mas não adiantava, a criança de cabelos cacheados e loiros não se movia, parecia ter grudado no asfalto.

O barulho de ambulância estava se aproximando, logo, logo não pararia no ponto certo e ia passar o grande carro por cima do corpo já apodrecendo. Parou na hora exata, dentro do carro dois homens grandes e fortes saíram, trajados de branco, correndo em direção ao corpo, como era de costume puseram o indicador e o dedo do meio no pescoço do falecido, era obvio que não estava mais vivo, mas era o costume.

Um dos homens trajados de branco, o mais alto e o mais forte, fora verificar o motorista assassino, olhou seu supercílio e o acompanhou até a ambulância, esta que ainda fazia o barulho repetitivo, fazendo acordar toda a vizinhança para ver o sucedido, todos que apareciam as portas, punham as mãos nas bocas e gemiam um som de espanto, mas ao invés de se retirarem e voltarem para seus leitos, continuavam observando e gemendo, se aproximavam pouco a pouco do corpo estatelado ao chão, chamavam os outros para ver tal cena, não se importando em incomodar a alma do morto ou os enfermeiros lá presentes.

A história contada pelo sujeito do carro era uma, a da menininha era outra. Para se proteger o motorista infrator alegou que o falecido havia pulado em direção ao seu carro, não dando o tempo necessário para frear, mal sabia ele que desta não sairia ileso, pois o bafômetro alegaria que ele estava embriagado quando atropelou a pobre alma.

Logo a criança, que mal conseguia falar, alegou que, enquanto brincava com sua bola na rua, o homem ia passando, sorrindo ao vê-la se divertir, quando escutou o barulho de um carro indo em velocidade alta se aproximando, largou a bola. Para salvar a vida da pobre criança, o sujeito que mal a conhecia, pulara em direção ao carro, para conseguir empurrar a garota para a calçada. Para mostrar a verdade em seu relato, mostrou seus arranhões ao sair rolando na calçada, e a onde exatamente havia caído.

Esses relatos foram passados para os policiais, que logo após apareceram com suas sirenes barulhentas, o motorista, espantado, deu-se a correr, inutilmente, sendo preso bem na frente nos olhos cheios de lágrimas da pobre garota, o corpo fora coberto por um plástico preto, levado até a ambulância.

Essas recordações, era certo, nunca mais sairiam a mente da criança, isso era que a mente de sua mãe lhe dizia, imaginando o trauma que a sua pobre filha havia passado naquela noite. Dito e feito, a criança nunca mais saíra para brincar na rua, nunca mais se comunicava alegremente com os amigos da vizinhança, pois seus olhos só enxergavam um corpo, de um homem bondoso, estatelado no chão, olhava friamente pela janela de seu quarto, o local exato do ocorrido, voltava para seu quarto, prendia-se em livros sombrios e em papéis em branco, onde pintava com um giz de cera vermelho somente o sangue.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O Sonho


Olá a todos, mais uma vez eu aqui. Fui rápida desta vez até!
Este novo texto é uma continuação do meu personagem, Marcelo, escrevi hoje de manhã, não sabia como continuar o texto depois que ele reencontrou a ex, mas achei um modo, bom... É isso, espero que gostem!

Beijos e abraços!


--- O Sonho ---

Marcelo acordou assustado naquela manhã de domingo, pela primeira vez não fora o despertador que havia o assustado, pois este ainda não tinha tocado. Fora um sonho, tão real que mal podia acreditar.

Pegou um Marlboro na escrivaninha, como sempre fazia ao acordar, seu Zippo na gaveta desta, acendeu seu cigarro com dificuldade, suas mãos suavam e, graças a isso, mal conseguiu riscar o isqueiro para acender seu cigarro. Depois de inúmeras tentativas, a cada uma revirando os olhos estressando-se, acendeu seu cigarro e deu uma forte tragada, tão forte que escutou o cigarro estalar. Ajeitou-se na cama, olhou para o teto e pensou “o que minha mente anda tramando? Por que logo ela?”.

Havia sonhado com a sua ex, que a beijara, ah, que sonho estranho! Eram cinco e meia da manha, e acordar a tal hora num domingo é inútil e desnecessário, no entanto sabia que não ia conseguir voltar a dormir, tinha medo de voltar a dormir e continuar o sonho que preferia não analisar.

Levantou-se num pulo, olhou para o seu celular, nenhuma ligação, o mesmo se repetiu na bina do telefone, mas afinal quem o ligaria a tal hora? Estava se tornando ansioso de mais, era só um sonho, nada de mais!

“Vou tomar banho” pensou em voz alta, tirar aquele suor do corpo talvez ajudasse a esquecer, limpar a alma, are o que costumava dizer, a sensação da água caindo em sua nuca, molhando-lhe os olhos fechados, aquele vapor penetrando a sua pele, tudo isso costumava ajudar quando se sentia confuso.

Com a toalha ainda enrolada na cintura, molhado, abriu a janela, ainda estava escuro, a lua não havia se escondido, o sol ainda não começara a aparecer. Sua rua estava deserta, nenhum carro, nenhum barulho. O vento batia-lhe o peito nu, jogando as gotas d’água para suas costas. Estava tão apreensivo que não se preocupou com pneumonias ou o frio que arrepiava-lhe o corpo.

“Vou telefoná-la”, fechou a janela, buscou uma calça jeans amassada sob sua poltrona, “o a que ela costumava sentar...”, revirou os olhos, não entendia mais nada. Sentou-se na poltrona, olhando para um quadro na parede, que ela havia lhe feito nos tempos de namoro, conforme ela, o quadro eram os dois se beijando, era tão bem feito que, ao terminar, optou em deixar o quadro onde estava.


Levantou-se para pegar outro cigarro, já tinham se passado três horas desde que acordara, conforme lhe informava a luz vermelha do rádio-relógio, lembrando-se que havia desligado o despertador no dia anterior. Acendeu seu cigarro, mais uma tragada, sentou-se na cama, e, enquanto o cigarro ia queimando, Marcelo ia adormecendo.


Ao acordar quatro horas mais tarde, esqueceu-se do sonho, e, conseqüentemente, de telefonar a ela.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Aos 17 - - Um auto-conhecimento

Olá a todos, a ponto de ter já a 24 horas meus 17, hoje, a que logo mais será ontem, escrevi numa madrugada tal texto, não sei oq eu dizer a respeito deste, deixo-o aqui para que o leiam, espero que gostem...

Beijos e até a próxima!

Pensei em escrever um poema, mas não sei se ainda sei fazer isso, não sei se ainda entendo dos sentimentos, se sei demonstrá-los em palavras, faço o que posso, mas não consigo mais rimas ou versos. Meu mundo transformou-se num mundo onde os textos vivem, quem um dia conseguir o dom de entrar em mentes alheias, se espantará ao entrar na minha, meus atos são descritos pelo meu cérebro, este eu imagino que seja uma grande máquina de escrever, é um mundo insano onde cada pensamento é introduzido ao modo literário, eu imagino que vivo a arte, que respiro a literatura, que vivo em função da escrita. Espanto-me...

Queria um dia transformar-me num nada, onde meus pensamentos não mais sonhassem, onde meu coração não mais se envolvesse em falhas paixões, onde eu nunca mais precisasse envolver-me num manto de razão, encobrindo o meu verdadeiro eu apaixonado. Saberia o nada, sonharia o nada, viveria o nada, era uma solução para o tudo que ando vivendo.

Imagino se existe alguém que viva somente a razão, que consiga apagar, ou simplesmente não a possui, a emoção. Se existe tal ser, não sei se o amaldiçôo ou se o abençôo. Luto minha vida toda para manter só essa parte racional de minha alma confusa, no entanto imagino como tal ser deve ser de difícil convivência, não tendo sentimentos para compartilhar, ou, como faço eu, escrever.

Sou um ser extremamente racional, no entanto absurdamente emocional, balancear tais características torna-se um ato difícil, complicado, a pouco não digo impossível. Ser alguém onde letras me perseguem, acolhem-me, onde vive uma constante busca por conhecimento, onde, no entanto, foge-se das pessoas, onde teme envolvimento. Esconde-se em um mundo de solidão de desconfiança constante, mato meu corpo, por meio de nicotina e álcool, mato minha mente, por meio do medo do contato social emotivo.

Buscar ajuda? Jamais! Não acredito que alguém que mal me conhece e é pago para me analisar possa me ajudar, se não busco ajuda aos que me conhecem, jamais pedirei aos que não. A única ajuda que busco é minha mente envolvendo-se com, como alguns nomearam, meu dom, um dom que aperfeiçoei com o conhecimento da solidão.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A Ex

Olá a todos! Mais uma vez por aqui, com um tempo mais longo de auxência, porém não tão longo... Este meu texto é mais um do meu personagem chave, Marcelo, para quem ainda não reparou este personagem anda seguindo minha vida, é uma mostra de tudo que presencio e vivo, experiências boas ou ruins, uma personalidade marculina de mim, coisas que faço ou que já fizeram ou comigo ou com alguém próximo. Ainda não coloco as características de Marcelo pelo fato de querer que vocês usem sua imaginação, não duvido muito que muitos de vocês já passaram por tais experiências por ele vivida nesses textos. Imaginem vocês ou alguém que vocês conheçam que haja de tal modo, ou simplesmente usem suas imaginações como bem pretenderem ao discreverem tal pesonagem...


Este texto em questão é algo que vivi, não diria sofrer pois teria dramático de mais de minha parte, no entanto indignada fiquei, mostra minha indignação de um ângulo diferente, quem eu deveria proteger eu acuso e quem deveria acusar eu defendo... Espero que gostem, beijos e abraços!


--- A Ex ---


Eram umas quatro e meia da tarde quando o telefone tocou, Marcelo se espantara ao escutá-lo tocar, as únicas pessoas que o telefonavam estavam, neste momento, no boteco bebendo, fumando e rindo, além disso estava concentrado lendo um livro que achara em suas tralhas, numa tentativa de organizar seu armário, agora parecia pior, suas coisas estavam espalhadas pelo chão do apartamento e ele se encontrava sentado em sua cama porcamente arrumada, lendo, com o cigarro em sua boca, o livro era Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, devia tê-lo comprado para algum trabalho da faculdade, havia uns cinco anos, no entanto nunca chegara a lê-lo, pegou o resumo na Internet e fez a prova sobre o livro, enrolando muito conseguiu tirar uma nota média, o suficiente para passar.

Só no quarto toque que resolveu atender ao telefone, o espanto aumentou quando identificou a voz, era sua ex-namorada, “por que ela estava ligando?”, “Alô?” dizia ela ao outro lado da linha, “Ah, oi Carol.”, “Oi Má, precisava falar com você, meio que urgente isso...”, “Droga, por que logo hoje não quis ir ao boteco?” pensou inutilmente Marcelo, “O que houve?”, “nada, só precisava conversar com você, tem como?”, “Ah... É... Bem...”, “Bom, eu estou perto, chego ai em cinco minutos!”, “Cinco?! Carol, pô, espera!”, essa ultima fala foi inútil, nesse momento Marcelo já estava falando com o telefone mudo.

A correria para arrumar as coisas em seu apartamento foi absurda, Marcelo jogava tudo pelos armários, sem se preocupar com nada que quebrasse, enquanto desorganizava mais ainda suas coisas sua mente se encontrava em pela confusão, como já não bastasse seus problemas psicológicos que estava enfrentando recentemente, agora isso! A única mulher a quem não traíra em sua vida de relacionamentos falhos resolveu aparecer, não sabia o que esperar daquela conversa, não a via há meses! Não devia ter ficado em casa, pensara em sair, respirar um pouco de ar poluído, ir a praça relaxar sua mente e colocar as idéias em ordem, fumar alguns cigarros, comprar um Mocca Tall no Starbucks Café ao lado, caminhar sozinho, como fazia quando precisava descansar sua mente. A única vez que se manteve num pleno domingo em casa, sua ex lhe procura, era uma mensagem do além, só podia ser!

Em exatos cinco minutos seu interfone tocara, “Alô? Oi Odair! É eu sei, acredita? Bem hoje, eu nunca fico em casa de domingo, e isso acontece! É... Acho que é um recado divino, nunca mais fico em casa de domingo! Bom, manda subir! ‘Brigado Odi! Até!”. “A hora da verdade chegou”, pensou Marcelo, “Agora é só saber o que ela quer comigo...”. Nesta hora a campainha tocou, ele morava no nono andar, o elevador foi rápido, ou ele que estava desejando que este parasse, e, como tudo na vida, nunca acontece o que desejamos.

“To indo!”, correu para pegar a chave, esquecendo que a deixara na fechadura da porta, voltou logo quando se lembrou de tal fato, abriu a porta revirando os olhos pedindo da Deus que ela fosse embora rápido, não estava disposto a problemas alheios hoje, já bastava o dele. Abriu a porta lentamente, esperando que ela desistisse de esperar e fosse embora, “Oi Carol, Chegou rápido.”, deu uma risada falsa, assim como seu sorriso, “Oi Má, precisava muito de você, espero que não esteja lhe incomodando...” enquanto falava isso ia entrando, “Imagina!”era o que ele havia dito, mas sua cabeça pensava “Você não tem idéia do quanto!”. “Bom, sente-se ai, desculpa a desordem, pretendia arrumar hoje a casa...” Ela deu um sorriso singelo, sentou-se na poltrona que sempre sentava quando ia visitá-lo na época em que namoravam.

Ele tinha se esquecido de como ela era linda, olhos pretos brilhantes, cabelos levemente encaracolados e castanhos, boca carnuda, bochechas sempre rosadas, corpo nas medidas certas, não era magricela, muito menos gorda, tinha corpo. Marcelo se lembrava como era bom pegar naquelas cinturas, segurá-la com força, do jeito que ela adorava.

“Espere um pouco, vou buscar meu maço e meu isqueiro...”, “Já lhe falei que isso um dia vai lhe levar a morte?”, “Inúmeras vezes, Carol! Mas lembre-se que eu estou tão próximo da morte quanto você, se ao sair daqui você for atropelada sua vida saudável não terá valido em nada!” Falou Marcelo enquanto tirava o seu cigarro do maço e riscava o Zippo na suas calças Jeans, acendeu seu cigarro, pegou o cinzeiro na mesinha de cabeceira e foi se sentar na poltrona ao lado da que sua ex estava sentada.

“Então, aqui estou, o que houve? Você não me pareceu bem ao telefone”, começou a conversa, “Eu não sei Má, minha mente anda tão confusa...”, “somos dois” pensou ele, “Sinto falta de tanta coisa, não sei a quem procurar, perdi meu emprego, minha mãe está doente e não há nada que eu possa fazer para ajudá-la...” Enquanto ela falava os olhos de Marcelo iam se arregalando cada vez mais, não imaginava tais problemas, sua compaixão começou a surgir neste momento, e, ao mesmo tempo, a saudade foi se instalando em seu peito, lembrava daquele beijo, único, aquelas mãos macias tocando-lhe a face, com dificuldade voltou à concentração para ouvir sua ex falando, chegou em tempo de escutar “E o que mais sinto falta, Má, é de nós, do seu toque, preciso tanto de alguém para me apoiar nesse momento, e sempre que penso nisso, lembro de você...”, “Mas...”, “Não precisa dizer nada, eu sei que você não é de se relacionar, não estou pedindo nada de mais, só pense no assunto... É isso, não tem porque eu ficar ainda aqui, me perdoe por estar desabafando tais fatos logo a você, foi um milagre lhe encontrar em casa em pleno domingo, acho que essa foi a mensagem que esperava para vir lhe visitar!”.

Carol se levantou da poltrona, foi andando a porta, Marcelo ainda estava perplexo, sua mente estava em um branco total, o que fazia agora? Levantou-se num pulo, acompanhou-a a porta, abriu-a. Carol agora olhava em seus olhos, seu olhar era de alguém triste, seu brilho havia mudado de tom, “Bom, tchau Má, obrigada por me escutar...”, era isso que ela pretendia falar, porém fora interrompida no “tchau”, Marcelo não pensou nos atos que estava prestes a fazer, simplesmente fez, ou fazia ou logo mais seu coração lhe saia pela boca, beijou-a como a beijava quando ainda namoravam, um beijo intenso, pegou-a pela cintura e puxou-a para si, fecho a porta, trancou-a.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Amor e Ódio

Bom, fui até que rápida para postar deta vez, é que o texto já estava pronto, não tinha razões para enrolar deta vez... FIz este texto a pouco mais de dois dias... É uma reflexão sobre os extremos que uma pessoa passa, pelo amor e o ódio... Espero que gostem!


Beijos a todos, abraços!



Outra vez estava eu a folhar um dicionário, uma atitude bem estranha para muitos, até para eu mesmo, no entanto eu possuía um propósito. Fui logo a página 35, não sei como sabia que estaria em tal página, a única coisa que sabia é que estava logo ao começo, pois o que buscava começava com a primeira letra de nosso alfabeto, letra A.

“Amolecar, amolecer, amolentar, amolgar, amônia, amoniacal, amoníaco, amontoa, amontoar, ah... Aqui está ela! Amor”.

Amor (ô) s.m. (lat. Amor). 1. Sentimento que predispõe as pessoas a desejarem o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo, ao semelhante, aos animais, às plantas. 2. Devoção que se tem por outra pessoa ou divindade; adoração, idolatria: amor a Deus. 3. Interesse, gosto muito vivo manifestado por alguém, por uma categoria de coisas, por uma determinada fonte de prazer ou de satisfação: amor às artes, à natureza, ao esporte. 4. Afeição ou ternura entre os membros de uma família: amor maternal, filial. 5. Inclinação de uma pessoa por outra, de caráter passional e/ou sexual: é o amor que sinto por ela. 6. Relação amorosa: não estou interessado nos seus amores passados.

Não posso arriscar a dizer que esta é a descrição de uma palavra mais longa que já li num dicionário, pois, com certeza, deve ter outras palavras com significados tão longos e complexos quanto esta. Porém, depois de ler uma descrição tão detalhada, paro um segundo e penso: “não é o suficiente”, afinal, muitas vezes ouvi dizer que tal palavra não tem como ser descrita, mesmo assim o dicionário deu seu ângulo, sua idéia, talvez só uma ponta de tantos significados complexos que esta pequenina palavra pode possuir.

Diariamente caminho pelas ruas de São Paulo, escuto atenciosamente conversas alheias, não me arrependo disso, pois é assim que crio minhas estórias, minhas reflexões, pois tenho poucas experiências para passar ao papel. Nessas minhas caminhadas, reparo na quantidade de “Eu te amo” que escuto, pessoas usando essa palavra, desconhecendo seu significado real, sem ter parado nem um segundo de seu tempo para pensar se estava somente desperdiçando sua saliva. Um dia o amor tão falado torna-se ódio, em segundos!

Talvez esteja escrevendo isso pelo simples fato que já fui um dos que usava tal palavra em vão, e talvez volte a usá-la, porém com um pouco mais de cautela. A minha razão no exato momento domina minha mente, meu corpo, minha alma, pois não presencio nem ofereço afeto que me faça sentir algo que fuja a minha razão, sendo isso algo positivo ou não.

A paixão e o gosto confundem a mente, considero-os algo cruel, porque a minha própria mente sempre cai em tal armadilha, mesmo eu educando-a e treinando-a para não cair nos mesmos erros, meus esforços são inúteis. Pessoas que pouco refletiram sobre tal assunto caem com maior facilidade nas armadilhas, e pensam que amam a todos, mal sabendo que isso é um sentimento passageiro.

Os extremos são usados com tão pouca cautela que se torna perigoso. Reparem em quantas vezes você acaba escutando palavras como “Amor” e “Ódio” no seu cotidiano.

Volto a pegar o meu dicionário, folhando-o, página 544, letra O.

“Óculos, ocultação, ocultar, ocultismo, ocupação, ocupacional, ocupado, ocupante, ocupar, odalisca, ode, odiar, odiento, aqui... Ódio!”.

Ódio s.m. (lat. Odium). 1. Sentimento de profunda inimizade, paixão que conduz ao mal que se faz ou se deseja a outrem. 2. Ira contida, rancor violento e duradouro. 3. Viva repugnância; repulsa, horror. 4. Aversão instintiva, antipatia.

“Nem ao menos exemplo possui, Estranho, um oposto de algo tão detalhado ser tão pouco explicado...”.