sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A Rotina

Olá a todos, depois de tantos anos sem dar as caras por aqui, chego com uma continuação, nova, feita hoje logo de manhã... Mais reflexões de meu personagem Marcelo, este chama "A Rotina"... Espero que gostem, beijos e abraços, até mais!

---- A Rotina ----

Marcelo mais uma vez encontrava-se com um cigarro dependurado nos lábios, encostado numa parede suja, olhando para o céu, aquele céu sem estrelas e com aquela lua coberta por um manto de poeira, nada mais que uma noite normal paulistana. Suas mãos encontravam-se em seus bolsos laterais de sua calça, no bolso direito a sua mão tocava um dado preto, gasto, uma mania que conquistara há muitos anos, quando um certo dia indo para seu boteco de sempre, encontrou-o no chão, desde então este dado não sai de seu bolso. No outro bolso, sua mão segurava seu maço de Marlboro, esperando o fim de seu cigarro pra pegar logo o outro.

A sua frente estava aquele boteco, O boteco, um que ele freqüentava desde seus 14 anos, agora Marcelo estava com 25. Seus amigos, como sempre, estavam sentados naquelas cadeiras de plástico amarelas, com a estampa de alguma marca de cerveja, e como sempre estavam rindo, como se o mundo fosse lá, nada mais, bem diferente dele, Marcelo, este sentia-se cansado desta rotina, da mesma inutilidade, não compreendia como agüentava aquilo durante tantos anos, 11 para ser mais exato.

Sua vida se transformara numa constante reflexão do seu viver, a boêmia, dos pulmões sujos. Entediado, não quis se juntar aos seus amigos, foi andando pela rua, mal iluminada, mal cheirosa. Revirou os olhos, pegou um novo cigarro, da mesma forma de sempre, pegou seu Zippo no bolso traseiro, acendeu-o, deu uma tragada forte, sua única companhia, como costumava dizer.

Não queria mais fazer o mesmo, beber até cair, conhecer uma nova mulher, a rotina... Ah, essa rotina, rotina besta, inútil, sem sentido, sem caminho. Seu trabalho irritante, cansativo, mais um jornalista no mundo, destacando, documentando, vendo, vivendo desgraças, fome, balas perdidas, lágrimas, lugares alagados, barracos caídos, sempre os mesmos problemas no mundo, estes que nunca vão se resolver. Sentia-se desestimulado, o que lhe restava na vida? Uma vida lutando por uma morte mais prazerosa. A questão era o que ele considerava prazer, antigamente diria que prazer era passar por todas as experiências da vida, que esta podia lhe proporcionar. Naquele tempo imaginava que essas experiências fossem fumar, beber, se aproveitar dos poderes masculinos sexuais, ou seja, levar belas mulheres para cama, sem se preocupar em conhecê-las ou não.

Teve namoradas, claro, porém nunca foi fiel, também nunca quis ser. Agora encontrava-se sozinho. Indagava, agora, se era assim mesmo que deveria levar sua vida, se fez certo ou só diminuiu ainda mais a sua estadia neste plano. Pensava em mudar, mas sua rotina dominava sua alma, seu corpo, não se sentia com a capacidade de fazer uma mudança tão estrondosa, não achava que tinha força de controle o suficiente.

"É..." pensou ele "talvez seja hora de mudar" era provável que tivesse dito isso em voz alta sem reparar, pois a prostituta que se encontrava ao lado, aguardando um cliente, foi embora, assustada pela sua expressão, talvez tenha imaginado que aquele homem fumando compulsivamente e com as mãos nos bolsos laterais de sua calça, fosse um maluco, um doido, daqueles que falam sozinhos.

É claro que quando acordou no dia seguinte, mesmo confuso com seu despertador, acordando na mesma hora de sempre, a mesma rotina, nada havia mudado, devia ter esquecido, ou fingiu que havia esquecido, a conversa com sigo mesmo, aquela complexa reflexão, do dia anterior. Voltando a fazer, coisa que nem havia parado de fazer, tudo de novo, todos os dias, aquela maldita rotina...

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Entre Vodkas e Tequilas

Eu jurava que fazia muito tempo que não postava aqui, porém vejo que não faz tanto tempo assim, para ser mais sincera, faz muito pouco tempo...

Queria desta vez começar com algo mais completo, sem ser tão direta "oi/tchau/texto"... Estava eu andando na rua, voltando para minha moradia, com a mochila nas costas, cansada e suada, imaginando por que diabos comecei a gostar de escrever, enquanto crianças normais ficam jogando video-game, eu conhecia o Word, e escreia a estoria (eu sei que estoria não existe mais, mas não pretendo parar de usá-la) de um ursinho panda e de sua família feliz... COm os meus 11 anos de idade comecei a dar andamento ao meu primeiro livro, que rende até os tempos de hoje, depois de 5, quase 6 anos, com os meus 14 outro livro em andamento, e poemas diversos, reflexões, com os meus 15 conheci os contos, e minha vida literária vem até hoje, com os meus quase 17 anos, sou nova, eu sei... O engraçado é que me falavam quando eu era criança: "para escrever tem que ler" porém meu gosto pela leitura só veio com os meus 14 anos de idade, anteriormente apreciava só escutar as histórias, imaginar, minha mãe podeira ficar horas a fio me contando estórias sobre a mitologia grega, persa, troiana, etc., e eu continuava acordada, ao lado dela, vendo as figuras...

Sinto pena de quem lê isso, se é que alguém lê... pois além deste blá blá blá todo ainda pretendo deixar um texto, pequeno, porém grande (hahahaha)

Bom, lá vei o texto, e a explicação rotineira, esse fiz pensando na rotina de um amigo meu, foi muito elogiado no Saral que fiz no sabado em minha casa, espero que gostem...

Entre vodkas e tequilas

Marcelo não sabia se fora o barulho repetitivo do rádio-relógio tocando ou foi dor de cabeça perfurando seu crânio que o fizera acordar, no entanto viu-se obrigado a levantar. Tateou em busca de seu maço de Marlboro na escrivaninha ao seu lado, e o seu Zippo na gaveta desta, Pegou um cigarro com o polegar e o indicador direito, e com o esquerdo manuseou o isqueiro, acendeu seu cigarro, deu um grande trago e sentiu a nicotina entrando pelo seu pulmão, aliviando até a dor de cabeça, era certo que esse alivio era psicológico, mas funcionava sempre.

Uma vez escutou de sua ex-namorada o comentário “Nada melhor do que começar o dia com um câncer de pulmão”, ele não respondeu nada, simplesmente deu um leve sorriso com o canto da boca, e ignorou. Pensando a respeito, concordava com a frase, mas tirava o tom irônico e a parte de que ela havia insinuado que ele ia morrer graças ao cigarro, há mais de dez anos que ele não sabia o que era acordar sem um cigarro para tragar.

Com o cigarro ainda aceso, olhou para o seu rádio-relógio para ver as horas, 6 horas e 05 minutos da manhã, respirou fundo, virou os olhos, fechou-os e se sentou na cama. Não se recordava de nada do dia anterior, a única coisa que lembrava era de ter conhecido uma garota de cabelos pretos lisos e bem cortados, pele clara e olhos verdes, realmente linda, a convidara para beber, beberam algumas vodkas, outras tequilas, e o resto era uma névoa.

Bocejou levemente, pensando ainda se não teria feito nenhuma bobagem, porém não teve tempo de pensar muito nisso, logo após sentiu uma mão delicada tocar-lhe as costas, olhou para trás assustado, “Ai meu Deus...”, reconheceu a garota sendo a do dia anterior, talvez com os cabelos mais bagunçados, com a maquiagem um pouco borrada e praticamente sem roupa alguma, sendo ainda mais linda nua do que vestida, mas sem dúvida era a mesma garota, “Oi meu lindo! Não sabia que você acordava tão cedo, não quer voltar para cama não?”, seu único pensamento naquele momento foi, “Eu nunca mais bebo...”.

O final da história já é previsível, mais a noite, depois do trabalho cansativo, Marcelo, com o cigarro dependurado nos lábios, anda a caminho do boteco ao lado, para beber umas vodkas e outras tequilas...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Viver

Veja bem, nem ao menos começo algo por aqui, e já vou me atrazando em postagens, não se preocupem, isso sempre irá acontecer... (haha)

Bom, sem mais delongas, deixo aqui outra poesia, simples, mas melhor que nada não é?!

Até a próxima!

Vivi, chorei e ri.
Sem pensar no passado,
Muito menos no futuro.
Fui tudo e nada.
Sonhei os sonhos mais cheios de fantasias
E agora estou aqui, pensando que não falta mais nada...

Voltei a trás no que queria,
Pensei varias vezes que nada valia a pena
Não desisti de nada,
Não me arrependo de nada.

Pensei que estava no fim,
Mas só estava começando
Imaginei que fosse tudo feito de ouro,
E vi que era só plástico.

Tive decepções e emoções,
Tive aventuras, mas muitas desventuras!
Olhei para os céus e perguntei:
“Quando tudo isso vai acabar?”

Quero ao fim, pensar que fiz tudo,
Ou pensar que falta alguma coisa,
Mas nunca parar de lembrar
Das coisas que fiz ou pretendo ainda fazer
!

domingo, 9 de setembro de 2007

O Abajur

Não tenho muito a informar sobre esse texto, ele fala por si só, todas as informações são verdadeiras, é mais uma reflexão sobre minha vida... Ao longo do tempo irão reparar que gosto muito de reflexões pessoais, e eu explico porquê aqui, neste proximo texto...

Até mais!

-- Cá estou eu, sentada em minha poltrona, com só um abajur aceso, o cinzeiro encontra-se vazio, o cigarro não mais se instala em meus dedos, o copo de vodka pura não se encontra mais na mesa de cabeceira, as coisas mudaram, as idéias mudaram, emoções mudaram...

Mesmo assim estou aqui sentada, pensando em todas as minhas decisões, em meu futuro... Tudo que fiz e faço envolve horas de reflexão, pelo menos as decisões mais importantes, porém, mesmo depois de tomá-las ainda imagino se foram as certas, há coisas que é obvio que foram certas, como terminar aquele amor desgastado, ou acabar com um vicio que me levaria a morte a pouco tempo... Bom, mas sobram-se os bons momentos, os momentos que, pelo menos parecia, o vicio era a única cosia que me ajudava, que acender um cigarro, pegar umas cervejas, isso era o suficiente para eu por minhas idéias nos lugares certos, ou então, quando o abraço de um amor me fazia desabar, e as lagrimas purificavam minha vida, porém...Não era o vicio que me acalmava ou me fazia por as idéias nos lugares certos, era o momento em que eu pegava para refletir que causava isso, afinal cigarros e cervejas ainda não são psicólogos. E não era só o abraço que me fazia desabar em sentimentos, era um controle, que eu podia descontrolar a qualquer momento, no entanto, essa não é uma característica marcante minha, não costumo chorar, não costumo resolver meus problemas em meios desesperados, mas mesmo assim costumo resolvê-los...

É estanho pensar que, agora, ao invés de buscar um cigarro e algumas cervejas, eu me arrumo para correr na rua, ou pego minha touca e meus óculos de natação, e vou nadar no “clube”, ou então vou jogar uma partida de handball, ou simplesmente ficar jogando bolas para o alto... E ao invés de pedir abraços, procuro meu computador, abro o “Word” e escrevo...

Não sei se minha vida mudou para melhor, mas para pior com certeza ela não mudou... Espero por mais emoções e mudanças...

- Apago o abajur - --

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Textos sem Títulos...

Ando em uma fase poetica, já aviso, não é assim sempre, não postarei quase todo dia, ou um dia sim outro não, haverá alguns textos, tenho alguns já selecionados aqui, vamos ver como faço...
Bom, o meu proximo poema conta um pouco de mim, das porcarias que já cometi em minha vida, e num modo de dar conselho a uma pessoa, claro que ela desconhece esse poema...

Bom, é isso, até mais!


Oh moça de olhos verdes
Jovem como a flor que veio a surgir
Peca erros bobos,
Vive a fugir...

Foge da realidade
Embebeda-se em vinho podre
Fuma cigarro de palha
Cai-se no chão, enlambuzada...

O que quer provar?
A inutilidade do seu ser?
Ou a ignorância do seu viver?

Anda pela rua sozinha,
Mesmo acompanhada de algum canalha,
Seus olhos demonstram solidão,
Sua alma demonstra confusão...

Finge que não percebe,
Engana-se na vida.
A assassina é você,
Porém se sente uma vítima...

A sociedade não lhe corrompeu,
Contradigo agora Rousseau,
Você se auto corrompeu, se auto destruiu!
Deixou-se influenciar, deixou-se acabar...

Sua sepultura já foi feita,
Sua lápide já escolhida,
Seu Epitáfio já escrito,
Sua morte já colhida...

Enterre-se, agora, em seus erros banais!
Talvez seja essa a única dica a ser seguida...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Inicio

Parecendo bobagem iniciar um novo blog, se fosse contar quantos já fiz e quantos já deletei, incrivelmente os deletados ganham...

Minha razão é simples, é só para escrever, não me importo em comentários, ou qualquer coisa parecida, porém sinto falta de, às vezes, ter um lugar descente pra escrever, e aqui será o meu...

Perdoem meus erros de português, são coisas que acontecem na vida, alguns cometidos, não matam ninguém...

começo aqui com uma frase, um poema, não sei ao certo, porque, afinal, ainda não escrevi seu final...

Até a próxima, e um brinde a uma nova moradia virtual!


Sinto falta...
Do que sinto? Não sei ao certo
Só sei que sinto...
Parece-me que algo não se completa em minha mente
Que faltam palavras sentimentais em meu tão amplo dicionário da vida.
Que faltam lágrimas em meu rio de água salgada
São coisas que sinto...

Meus sentidos,
Minhas sensações,
Confundem-se num vasto mundo de cores
Este vasto mundo,
Confuso, porém feliz,
Há alguém, não mais que alguém.
Tateando por soluções,
Buscando razões...

Escrevo palavras perdidas,
Que a própria autora custa a entender,
Significados ocultos
Tão ocultos, foi-se a perder
Perdeu-se no dicionário
Perdeu-se num rio de águas salgadas,
Perdeu-se num mundo de cores

Achado será em breve, ou não...
Quando entender a falta que sente,
A falta que sei que sinto,
Porém não sei do que, ou porque, a sinto...







PS: Agora escrevi o final... (haha)