sábado, 13 de abril de 2013

Ternura

Quero lhe ter
nua
Dobrar seu corpo
Despi-la
displicente
Tomá-la em ato
terno
de tato brando
Dar-lhe ao trato
todo encanto

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ânsia

Respire  -  ela suspira
p a u s a d a m e n t e

Pelo peito que aperta
descompassado em um pântano
de pânico

Perco-me
Por todos os pensamentos que
podo

Identidade

Você não é mais você
Você é imagem
                       perdida
No rio de sentimentos engarrafados
Jogados ao mar
        Mar-sub
        Quase consciente
A ciência não lhe quer
O amor - mesmo que lhe custe
                                           nega
Fuja - pois não há mais tempo
Não há mais
eu
E você não é
Você

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Cartas


Joguei fora os romances
antigos
Pois me prendo demais
E o apego não
me pertence
Fiz drama ao queimar
cartas de amores passados
Apaguei palavras
Chamusquei o ego
Pois é da vaidade manter elogios
Esses que não valem mais nada
E que fizeram parte de
personagens mortos
e gozos finais
Notei que só as mantinha
por medo de não sobrar amor
Principalmente o próprio
Fiz das cartas - espelhos
Para que repetissem mantras
De paixão e volúpia
e de toda devoção
Agora que se foram
Limpo a alma com pretexto
de me tornar pura
E - Deus queira - descobrir
novos romances
e tantas outras facetas
Pretendo me lotar de amor
Quem sabe o ego
seja alimentado
para então ser devorado
mastigado e engolido
Que diminua - mas não suma
E não seja inflado por cartas
de romances falidos
e de amantes banidos.