terça-feira, 10 de julho de 2012

12/12/2011 - Incompleto


Respire. E definitivamente, não olhe.

Não sei exatamente quando começou este medo incontrolável e irracional. A altura nunca havia sido um problema até pouco tempo atrás. Lembro-me perfeitamente dos pulos que dava quando jovem, de enfrentar o chão sem me preocupar com o amanhã, de subir nos picos mais altos e me sentir feliz por isso. 

Creio em um medo social. Uma teoria pouco trabalhada que resolvi investir, o medo social é como se entrássemos em uma sala lotada de pessoas de todos os tipos que gritam sem parar, sem descanso. Você, mesmo sem entender o motivo, decide gritar e a partir daí, qualquer situação que remeta àquele dia lhe causa espanto e lhe provoca gritos. 

Penso nisso porque ter medo não faz sentido. Quando pequenos não tememos as quedas, as perdas, não vemos maldade em uma barata, ou na distância que estamos do chão, a verdade é que se tivéssemos algum medo naquela época, não teríamos dado nossos primeiros passos. Temeríamos a derrota, temeríamos cair. Não comeríamos, nem sairíamos de nossos berços, não nos permitiríamos aprender, nem nos desafiar. 

O fato é que o medo tornou-se alimento d'alma. O risco é banalidade levada a sério. Ditadores bebem o medo em seus cafés, desfrutam da situação de descontrole social. Isso é ridículo. E se não enfrentamos os medos? Significaria então que estaríamos estagnados em uma situação cotidiana e alienada? Passaríamos cada dia sem análise e sem tomar novas decisões.  


* Escrito em algum dia qualquer, em um momento qualquer e não completado por algum motivo qualquer.