segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A Ex

Olá a todos! Mais uma vez por aqui, com um tempo mais longo de auxência, porém não tão longo... Este meu texto é mais um do meu personagem chave, Marcelo, para quem ainda não reparou este personagem anda seguindo minha vida, é uma mostra de tudo que presencio e vivo, experiências boas ou ruins, uma personalidade marculina de mim, coisas que faço ou que já fizeram ou comigo ou com alguém próximo. Ainda não coloco as características de Marcelo pelo fato de querer que vocês usem sua imaginação, não duvido muito que muitos de vocês já passaram por tais experiências por ele vivida nesses textos. Imaginem vocês ou alguém que vocês conheçam que haja de tal modo, ou simplesmente usem suas imaginações como bem pretenderem ao discreverem tal pesonagem...


Este texto em questão é algo que vivi, não diria sofrer pois teria dramático de mais de minha parte, no entanto indignada fiquei, mostra minha indignação de um ângulo diferente, quem eu deveria proteger eu acuso e quem deveria acusar eu defendo... Espero que gostem, beijos e abraços!


--- A Ex ---


Eram umas quatro e meia da tarde quando o telefone tocou, Marcelo se espantara ao escutá-lo tocar, as únicas pessoas que o telefonavam estavam, neste momento, no boteco bebendo, fumando e rindo, além disso estava concentrado lendo um livro que achara em suas tralhas, numa tentativa de organizar seu armário, agora parecia pior, suas coisas estavam espalhadas pelo chão do apartamento e ele se encontrava sentado em sua cama porcamente arrumada, lendo, com o cigarro em sua boca, o livro era Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, devia tê-lo comprado para algum trabalho da faculdade, havia uns cinco anos, no entanto nunca chegara a lê-lo, pegou o resumo na Internet e fez a prova sobre o livro, enrolando muito conseguiu tirar uma nota média, o suficiente para passar.

Só no quarto toque que resolveu atender ao telefone, o espanto aumentou quando identificou a voz, era sua ex-namorada, “por que ela estava ligando?”, “Alô?” dizia ela ao outro lado da linha, “Ah, oi Carol.”, “Oi Má, precisava falar com você, meio que urgente isso...”, “Droga, por que logo hoje não quis ir ao boteco?” pensou inutilmente Marcelo, “O que houve?”, “nada, só precisava conversar com você, tem como?”, “Ah... É... Bem...”, “Bom, eu estou perto, chego ai em cinco minutos!”, “Cinco?! Carol, pô, espera!”, essa ultima fala foi inútil, nesse momento Marcelo já estava falando com o telefone mudo.

A correria para arrumar as coisas em seu apartamento foi absurda, Marcelo jogava tudo pelos armários, sem se preocupar com nada que quebrasse, enquanto desorganizava mais ainda suas coisas sua mente se encontrava em pela confusão, como já não bastasse seus problemas psicológicos que estava enfrentando recentemente, agora isso! A única mulher a quem não traíra em sua vida de relacionamentos falhos resolveu aparecer, não sabia o que esperar daquela conversa, não a via há meses! Não devia ter ficado em casa, pensara em sair, respirar um pouco de ar poluído, ir a praça relaxar sua mente e colocar as idéias em ordem, fumar alguns cigarros, comprar um Mocca Tall no Starbucks Café ao lado, caminhar sozinho, como fazia quando precisava descansar sua mente. A única vez que se manteve num pleno domingo em casa, sua ex lhe procura, era uma mensagem do além, só podia ser!

Em exatos cinco minutos seu interfone tocara, “Alô? Oi Odair! É eu sei, acredita? Bem hoje, eu nunca fico em casa de domingo, e isso acontece! É... Acho que é um recado divino, nunca mais fico em casa de domingo! Bom, manda subir! ‘Brigado Odi! Até!”. “A hora da verdade chegou”, pensou Marcelo, “Agora é só saber o que ela quer comigo...”. Nesta hora a campainha tocou, ele morava no nono andar, o elevador foi rápido, ou ele que estava desejando que este parasse, e, como tudo na vida, nunca acontece o que desejamos.

“To indo!”, correu para pegar a chave, esquecendo que a deixara na fechadura da porta, voltou logo quando se lembrou de tal fato, abriu a porta revirando os olhos pedindo da Deus que ela fosse embora rápido, não estava disposto a problemas alheios hoje, já bastava o dele. Abriu a porta lentamente, esperando que ela desistisse de esperar e fosse embora, “Oi Carol, Chegou rápido.”, deu uma risada falsa, assim como seu sorriso, “Oi Má, precisava muito de você, espero que não esteja lhe incomodando...” enquanto falava isso ia entrando, “Imagina!”era o que ele havia dito, mas sua cabeça pensava “Você não tem idéia do quanto!”. “Bom, sente-se ai, desculpa a desordem, pretendia arrumar hoje a casa...” Ela deu um sorriso singelo, sentou-se na poltrona que sempre sentava quando ia visitá-lo na época em que namoravam.

Ele tinha se esquecido de como ela era linda, olhos pretos brilhantes, cabelos levemente encaracolados e castanhos, boca carnuda, bochechas sempre rosadas, corpo nas medidas certas, não era magricela, muito menos gorda, tinha corpo. Marcelo se lembrava como era bom pegar naquelas cinturas, segurá-la com força, do jeito que ela adorava.

“Espere um pouco, vou buscar meu maço e meu isqueiro...”, “Já lhe falei que isso um dia vai lhe levar a morte?”, “Inúmeras vezes, Carol! Mas lembre-se que eu estou tão próximo da morte quanto você, se ao sair daqui você for atropelada sua vida saudável não terá valido em nada!” Falou Marcelo enquanto tirava o seu cigarro do maço e riscava o Zippo na suas calças Jeans, acendeu seu cigarro, pegou o cinzeiro na mesinha de cabeceira e foi se sentar na poltrona ao lado da que sua ex estava sentada.

“Então, aqui estou, o que houve? Você não me pareceu bem ao telefone”, começou a conversa, “Eu não sei Má, minha mente anda tão confusa...”, “somos dois” pensou ele, “Sinto falta de tanta coisa, não sei a quem procurar, perdi meu emprego, minha mãe está doente e não há nada que eu possa fazer para ajudá-la...” Enquanto ela falava os olhos de Marcelo iam se arregalando cada vez mais, não imaginava tais problemas, sua compaixão começou a surgir neste momento, e, ao mesmo tempo, a saudade foi se instalando em seu peito, lembrava daquele beijo, único, aquelas mãos macias tocando-lhe a face, com dificuldade voltou à concentração para ouvir sua ex falando, chegou em tempo de escutar “E o que mais sinto falta, Má, é de nós, do seu toque, preciso tanto de alguém para me apoiar nesse momento, e sempre que penso nisso, lembro de você...”, “Mas...”, “Não precisa dizer nada, eu sei que você não é de se relacionar, não estou pedindo nada de mais, só pense no assunto... É isso, não tem porque eu ficar ainda aqui, me perdoe por estar desabafando tais fatos logo a você, foi um milagre lhe encontrar em casa em pleno domingo, acho que essa foi a mensagem que esperava para vir lhe visitar!”.

Carol se levantou da poltrona, foi andando a porta, Marcelo ainda estava perplexo, sua mente estava em um branco total, o que fazia agora? Levantou-se num pulo, acompanhou-a a porta, abriu-a. Carol agora olhava em seus olhos, seu olhar era de alguém triste, seu brilho havia mudado de tom, “Bom, tchau Má, obrigada por me escutar...”, era isso que ela pretendia falar, porém fora interrompida no “tchau”, Marcelo não pensou nos atos que estava prestes a fazer, simplesmente fez, ou fazia ou logo mais seu coração lhe saia pela boca, beijou-a como a beijava quando ainda namoravam, um beijo intenso, pegou-a pela cintura e puxou-a para si, fecho a porta, trancou-a.

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