segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O Espelho

Olá novamente, como estava em falta durante tanto tempo, minha imaginação e capacidade filosófica surgiu com sua potência quase máxima.

Como se diz, é preciso errar para saber viver. Pois então, hoje, numa filosofia um tanto quanto negativa sobre minha própria imagem, delirei sobre a realidade, primeiramente queria apresentar as frases que me apareceram sem muitos significados há poucas horas atrás, logo após uma citação de um autor que eu simplesmente venero.

Beijos e abraços,

Da Autora.

- Vivemos no perfeccionismo de Oscar Wilde, somos os Dorians Gray da realidade.

- Ele era um personagem de um mundo fictício, preferia a imaginação para fugir da dureza do mundo real.

- O que é que criamos além de nossos desejos frustrados?

- Todo homem tem uma máscara, alguns se esquecem de sua verdadeira face. Olhei-me no espelho e me espantei com a realidade, ela era muito feia para ser real.

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"Viver é a coisa mais rara do mundo. Muitas pessoas existem, só isso". Oscar Wilde.

Ele andava cada passo como se fosse um rei a descobrir o conhecimento, suas palavras saiam do ouro e seus olhares brilhavam como o sol. Seu sorriso deixava qualquer mortal extasiado, seu toque causava arrepios. Ele era herói, artista e príncipe.

Nos dias normais, colocava um sorriso no rosto, um espírito puro e um coração aberto, dizia ajudar os pobres e seguia cada dia como se fosse um enviado de Deus. Dialogava seus conhecimentos, filosofava sobre a vida e como se deve segui-la. Vivia muito bem, se não fosse pelas noites.

Todas as noites ele se olhava no espelho, imaginava e refletia com o reflexo de seu rosto programado, respirava bem perto, para ver se conseguia deixar o espelho fosco com seu bafo, mas era engraçado como mesmo que ele soprasse até seus pulmões saíssem de seu corpo, o espelho nunca ficava embaçado.

Ele olhava para as jóias de seu corpo, olhava para suas roupas enfeitadas, para seu sorriso contínuo, para seus sapatos de camurça. Olhava seus livros e suas anotações, olhava suas fotos e suas cartas, tentava manter o foco em sua face, mas nunca conseguia se olhar por completo, evitava seus olhos, porque eles eram cruéis.

Respirava fundo e se virava, tocava em seu rosto, achando a fresta daquela máscara, pensava muitas vezes antes de retirá-la, fechava os olhos e voltava para frente do espelho, agora sem nenhuma máscara. Abria um olho de cada vez, um cantinho só, uma pontinha ainda com os cílios atrapalhando a visão, abria finalmente um olho, mas logo o fechava.

Era tenebroso, temia seu próprio rosto, porque tentava compreender o que ele próprio lhe passava, qual mensagem real e transparente. Se ele fosse transparente, não conseguiria atuar, se ele fosse transparente ele encararia o que não era certo encarar.

Sentou-se em uma poltrona, de costas para o espelho, pegando seu velho caderno de notas, ele costumava dizer coisas legais, para pessoas frustradas. Porque a maioria não vivia o dia inteiro preso em uma máscara para ser feliz com a ficção. Alguns viviam realmente, ele os invejava, talvez não.

A vida é muito dura, muito concreta e muito arisca, porque o homem a faz assim. Têm tantos medos, tantas barreiras formadas por si, que esquece da facilidade que pode ser viver. Faz sonhos, cria desejos, expectativas, para depois desistir de cada passo.

Volta ao mais fácil, percebe que um homem não pode viver de sonhos. Repara que às vezes é somente criações de desejos frustrados. Dizem não, quando podiam, com a facilidade de uma criança inocente, dizer sim.

Criam imagens e aparências, se tornam o próprio Dorian Gray, no perfeccionismo irreal em uma obra de Oscar Wilde. Quando assassinam sua imagem, observam as formas horrorosas que suas imagens reais lhes criam.

São fracos, são frágeis, são metamorfoses... E são, ao mesmo tempo, simplesmente humanos normais. Não são príncipes, não são heróis, muito menos artistas ou deuses. Não assumem com facilidade a realidade simples do existir.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O Poeta e o Arquiteto

Olá! Depois de SÉCULOS, cá estou eu, com nada novo ou interessante, sinto muito. Férias, espero que compreenda, elas foram bem movimentadas, minha criatividade se manteve presa por alguns meses, mas agora, aos poucos, ela está sendo resgatada.

Dessa vez um texto sem pé nem cabeça e nem me pergunte porque vou postar, simplesmente porque não tenho mais nada novo.

Estou com uma frase na cabeça desde desembro e quando ela finalmente surgir em algum texto, será a obra do semestre!

Bom, c'est la vie.

Beijos e abraços,

Da autora (esquizofrencia hoje...)

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Em uma regra distante sobre a criação do amor, alguém revelou ao poeta que a classe era rimar. Algo tão certinho e peculiar, tão bonito e quadradinho. Aí um belo dia, um arquiteto desengonçado perguntou ao poeta amante "mas se o coração não tem formato certo, por que sua descrição é tão aritmética?".

O poeta lhe olhou, franziu o cenho com um olhar sério, como se acabasse de escutar o arquiteto xingar sua falecida e casta mãe, mas não soube responder, é porque um dia, alguém em seu caminho, lhe disse que o certo era rimar.

Era voltas, caminhos e trajetos sem sentido, o amor não tem direção, muito menos placa, não existe mapa, nem modo mais fácil de se chegar ao centro. Caminho suspeito, quedas constantes, mas o chão é feito de gelatina e chocolate.

Escorregue e se aventure, o caminho tem tantas portas, algumas com tigres e outras com cobras, é um zoológico, cuidado com os insetos, eles também existem. Eita mundo paralelo! Segue aquilo, segue outro caminho, mas por favor, não esqueça de virar quando a parede aparecer!

Ela tem gosto de caramelo, mas às vezes o caramelo está duro e o rosto acaba machucado. É engraçado como às vezes acabam feridos os amantes desajeitados! Solta risadas com lágrimas contidas, solta suspiros com gritos desesperados.

Então vamos rimar.

Amor, rima com sabor.

Coração, rima com trovão?

Ou talvez paixão!

Sabor do trovão na paixão. Tem gosto adocicado, como leite condensado!