sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Orgasmo Pessoal

Acabei de reparar que fiz um ano de blog e mal fiz uma comemoração! Mas sinceramente, para que comemorações? Nessa bosta ninguém entra, se tornou mais um maldito diário do que realmente um blog. Mas eu acho que nunca me importei com isso, no final das contas, eu tinha certeza que isso de qualquer modo ia acontecer.

Vou dar algumas palavras, senta ai e tenha paciência, se você um dia seguiu esse espaço e já leu textos meus com mais de 4 páginas, não vai ser essa bostinha aqui que vai lhe cansar.

Hoje dei uma de louca, tava vendo um vídeo da atriz que faz aquele “tapa na pantera” e fiquei me imaginando se eu conseguisse ser uma escritora de verdade, não que eu não seja, mas essa maldita sociedade de bosta tem a mania de considerar escritor só aquele cara que consegue publicar um livro e vender algumas cópias. Se é assim as coisas são, eu não sou mais do que uma filósofa de botequim! Lembrei agora do comercial da Sprite, mas essa é outra história que não tem nada a ver com essa aqui.

Bom, que eu sou esquizofrênica, ninguém mais duvida, desta vez até me superei, ou não. Fiquei durante vinte minutos me olhando no espelho e falando de como eu me tornei uma escritora, fala sério, se qualquer pessoa me pegasse fazendo isso começaria a rachar de rir e só pararia quando eu estivesse surda com a risada do filho da puta. Mas foi quase lá, minha mãe me abre a porta, não... Eu não a chamei de filha da puta agora, foi só uma expressão vulgar utilizada para descrever um personagem fictício que teria tirado uma com a minha cara.

Enfim, minha mãe entrou, me olhou e na hora disse, “qual é a arte que você tava fazendo agora?”, vide que a “arte” tem um sentido de “o que você está aprontando”, é... bem, cada mãe tem seu jeito estranho de falar, um dia você se acostuma com a sua. Eu meio que a olhei e fiquei sem reação, depois que ela saiu, eu me fiz a mesma pergunta, “o que eu tava fazendo, caralho?”.

Ah, mínima idéia! Eu simplesmente quis sair um pouco do mundo, e ai eu reparei, é esse o maldito motivo pelo qual eu escrevo, entende? Eu quero sair dessa bosta toda! O mundo é tão filho da puta, mas tão filho da puta, que pelo menos nas minhas imaginações ele pode ser um pouco MENOS filho da puta.

Mas no final nunca consigo, se você, inútil leitor, desse uma lida por aqui, você ia reparar que tudo que eu falo é meio negativo, ou melhor... real de mais, eu falo tanto sobre a realidade que meu mundo de ficção ficou esquecido. Mas que se foda, a minha realidade continua sendo mais legal que a realidade-realidade.

Principalmente porque a realidade-realidade existem pessoas e, nossa! Como vocês me irritam! Não, nada pessoal (rah!), ou quase lá... É que tem tanto babaca no mundo que se eu tivesse uma arma comigo, eu mandaria bala pra todo mundo e que se fodesse o mundo, sempre tive vontade de dar uma de psicopata, não é de se estranhar que a minha primeira personagem que criei em minha vida era uma assassina de aluguel, psicopata. Vocês às vezes são insuportáveis, ou melhor, são as poucas vezes que vocês NÃO são insuportáveis.

Excluir-me num mundo digital, ou em qualquer folha de papel que me aparecer pela frente é bem mais fácil do que tentar ter uma conversa “cabeça” com alguém. As pessoas não se respeitam e me fazem perder a paciência, que já não é muito grande, elas acabam tirando qualquer principio que eu posso ter. Já não acredito mais em liberdade, verdade, justiça, qualquer porra que a gente aprende desde pequeno que existe, pra mim é tudo falsidade desde que comecei a conviver em sociedade.

E qual seria realmente o motivo das coisas nesse momento? Porra, eu amo o que faço, isso já é um bom motivo, mas de resto? Só respeito. Vocês são um bando de bostas e sabem disso. Eu sou uma bosta porque no final não deixo de ser um de vocês. Saca só a vida mais inútil que levamos:

Nascemos, crescemos, nossos pais nos sustentam, estudamos para podermos trabalhar, trabalhamos, temos filhos, os criamos, os educamos para que possam ter um futuro, quando eles formam seus próprios futuros, ai resolvemos morrer e deixar alguma grana de herança pra eles. Ah, puta que pariu! E cadê aquele lance de mudar o mundo?

Pau no cu de quem um dia inventou essa de histórias falsas de que “você pode mudar o mundo”, o máximo de mundo que você pode mudar é o seu próprio pra no final ser pisoteado por um bando de merda.

Porra,a gora perdi o fio da meada, fui reler o que tinha escrito e perdi o ritmo, só porque parecia que ia matar o teclado de tanto digitar. Eu tava falando de como somos inúteis, certo? Se algum de vocês me vier com essa porra de hipocrisia pra cima de mim, leva facada, porque outra coisa que não suporto (da minha lista enorme de coisas que não suporto), hipocrisia.

E olha, hipocrisia vai desde você falar que “como os animais sofrer e como a fome na África é triste” e sair pra comer McDonalds até não assumir que nossa vida, como diria o grande Bossa, é uma “puta vida injusta, meu”.

Mas dane-se, se justiça não existe, o “in” também não deve existir. O que existe é só um conjunto de filhos da puta reunidos que decidem nossas vidas para melhorar a deles. Acabei de estudar pra ética, e to com aqueles papos de Maquiavel na cabeça, o príncipe que só quer tudo pra ele e “vamos foder o mundo pra meu prazer”. Ou aquela de “servidão voluntária”.

Agora tava pensando, eu não acredito mais em nada, eu devo ser ateia e nem sei disso. Uma ateia social, não religiosa. Não que eu acredite nessa coisa de Deus e Jesus Cristo, pra mim Jesus no máximo era um revolucionário que, como todo revolucionário, se fodeu no final por ter tentando colocar um pouco de justiça aqui. Deve ter sido ele a pessoa a inventar essa palavra, sei lá.

Mas eu sou ateia de princípios, bicho... Não acredito mais em nada e não sou mais nada por pura escolha. Eu faço minha própria vida e tento não me foder. Eu pelo menos ainda faço coisas que me dão prazer, tipo essa bosta que to fazendo agora pra no final não falar porra nenhuma.

Eu ainda tenho tesão por escrever, ler, escutar música, cultura, transar, fumar, beber, desenhar, conversar com pessoas inúteis e pensar “porra, como você é inútil”, ser sarcástica e fazer piadas propositais para todo mundo falar “Nossa, Ju. Essa foi pesada, não é algo que se diga”, ah duh! Se fosse algo que se dissesse, por que diabos eu ia falar? Só pra fazer uma piada tosca pra todo mundo rir?

Enquanto eu ainda tiver tesão pelas coisas, que se foda o resto, continuo fazendo o que tenho tesão. Por acaso tem umas ai que tão faltando na minha vida, saudade de sentir alguns tesões que tão de férias da minha lista de orgasmos pessoais.

É isso ai, gostei! Um brinde, ao orgasmo pessoal!


Beijos e abraços,


Ainda da Autora.

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