sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Samba

40ª postagem! Que honra, hem? Pois então, parece que minha criatividade ultimamente está ao meu favor! Semana estressante, considerando que eu naturalmente sou estressada, não aguentava mais. Enfim, hoje pelo menos melhorou, fim de problemas, ou melhor, parte deles!

O que importa é que graças a isso tive a sorte de ter a idéia de criar outro conto, graças a bateria da faculdade e ao momento que eu desisti de minhas havaianas para sambar livremente na porta de minha faculdade (nunca fui uma pessoa normal).

Espero que gostem do conto, algo fictício porém real.

Beijos e abraços.

Da Autora.


- O samba -

O som da bateria invadia a rua, deixava aqueles batuques, toques e sons diferentes fluírem por todas as casas, prédios e lojas. Ela passava pela rua e buscava da onde vinha o som tão delicioso, que fazia seu coração batucar na mesma intensidade que a bateria daquela escola.

Parou no meio da rua, com suas havaianas e seu vestido curto, olhou em volta e encontrou aquelas pessoas coloridas, batendo em seus tambores, pandeiros e qualquer coisa que pudesse formar um som intenso. Pouco a pouco foi se aproximando, largando um pé de sua havaiana marrom, logo após o outro, deixou suas coisas perto de um prédio, todas as sacolas, bolsas e objetos.

Em pouco tempo estava em volta dos homens alegres, ela não os conhecia, eles também não, no entanto a música não procura conhecidos, ela procura amantes. A mulher começou a seguir o ritmo da música, mesmo que não soubesse os paços do samba, mesmo que em toda sua vida ela tivesse escutado as batidas fortes de um rock n' roll pouco respeitado. Ela se deixou levar.

Seus pés iam por todos os lados, seguindo o ritmo, amando o batuque, ela fechava seus olhos castanhos, soltava seus cabelos e balançava os braços, rapidamente aprendeu a facilidade do samba, seu coração conhecia as notas, os paços, sabia onde devia seguir, como devia seguir, seus pés lhe ensinaram a sambar.

Um homem que tocava o tambor a olhou, um sorriso branco no rosto lhe cativou, ela finalmente abriu os olhos e encontrou o homem lhe observando, este lhe pediu para se aproximar mais.

"Por que está descalça?" ele lhe perguntou em um grito, como o barulho impedia uma comunicação silenciosa. "Porque meus pés pediram liberdade, queriam sentir o chão e poder se mover sozinhos", ela lhe respondeu rindo livremente. O homem sorriu achando graça do modo estranho da mulher se comunicar, como se seus pés tivessem vida própria. Logo após tirou o grande tambor de si e entregou para a mulher, "se seus pés lhe obedecem, veja se suas mãos, braços e dedos fazem o mesmo".

Ela se espantou, achando difícil de conseguir aquele feito, mesmo assim aceitou, colocou em seu ombro o apoio do tambor, se ajeitou direito e escutou a música, seu coração batucava, tocava e sentia, seus pés ficaram quietos, ajudando a moça a se concentrar somente em seus toques, em seus dedos e mãos.

O homem ficou surpreso quando a viu seguir a música, tocando perfeitamente, entendendo os batuques, entendendo os gritos e apitos, ela, sem querer, havia se tornado parte daquela bateria.

Ainda tanto sem propósito, ela sentia que seu corpo, mente e alma, amavam aquilo. Não amavam exatamente o samba, mas amavam a música, amavam o sentido que esta lhe dava, o toque suave ou o toque barulhento, o som calmo, o som movimentado. Pouco importava, o que era de importância era que sua vida estava sendo vivida naquele instante, como um sentido sem sentido, como um amor sem significado. Algo puro, algo eterno.

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