terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Um romance desses de cinema

Olá! Primeiro post de fevereiro não?! Não ando escrevendo tanto, nada que seja para postar aqui pelo menos, mas tenho alguns contos curtos que ainda me restam, esse que escrevi, não faz muito tempo. Foi uma grande revolta que tive, sempre me revolto com filmes romanticos, histórias de amor, então resolvi escrever...

Até explicaria mais se não estivesse tão bodeada (enxaqueca dia inteiro).

espero que gostem.

beijos e abraços, da autora.

-- Um romance desses de cinema --

Depois de anos de espera, finalmente seria recompensada. Uma mulher de cabelos curtos e negros, vestida em um vestido laranja que lhe caíra perfeitamente bem, mostrando cada curva existente em seu corpo, esperava ansiosamente no setor de desembarque do aeroporto de Guarulhos, São Paulo, o vôo era o “931”, vindo de Londres, e estava finalmente em território Brasileiro. Aquela mulher não sabia exatamente o que esperar ou o que fazer, já tinham se passado cinco anos que esperava por aquele momento.

Quando ele a avisou do seu plano de finalmente encontrá-la, seria a primeira vez em cinco anos, o rosto daquela mulher se encobrira de lágrimas. Foram cinco anos de planos, cinco anos de cartas, cinco anos de emails, cinco anos de telefonemas, era como esperar o prêmio de sua vida, o momento principal, talvez fosse a melhor comparação para quem espera para encontrar o maior amor de sua vida.

O vôo era para chegar em meia hora, ela estava lá fazia duas horas, quando finalmente ouviu a voz de uma mulher avisando que o avião havia aterrisado, sentiu seu coração pular mais forte, suas mãos estavam tremendo e suando frio, a ansiedade dominava seu corpo. Provavelmente demoraria mais meia hora até todos os passageiros desembarcarem e pegarem suas bagagens, aquela seria a meia hora mais longa de sua vida.

Quando o viu saindo pela porta de desembarque, quando finalmente seus olhos se depararam com aquele homem, as lágrimas começaram a escorrer de seu rosto, sem muito pensar saiu correndo em direção ao homem que segurava somente uma pequena mala de viagem, sem reparar para onde estava indo, começou a derrubar qualquer pessoa ou objeto que se manteve em sua frente, eram malas alheias voando para todos os lados. Abraçou-o quase o sufocando, quando finalmente o soltou, olhou em seus olhos e finalmente o beijou, o primeiro beijo, era intenso e apaixonado, pressionando os lábios do homem mais forte, tirando qualquer ar que pudesse existir, quando separaram seus lábios só conseguiram dizer as três palavras, “Eu te amo”, falaram ao mesmo tempo e se beijaram mais uma vez.

Ele acariciou seus cabelos negros, passando os dedos por entre os fios lisos, ela tocava com carinho seu rosto, sentindo cada curva e cada detalhe daquela pele macia que finalmente podia ser sua. Mais uma vez um beijo, mais uma vez um abraço, mais uma vez algumas lágrimas, mais uma vez um sonho...

***

Catarina acordara chorando, com sua camisola laranja de seda, outra vez havia sonhado com o que não havia acontecido, olhou para o lado direito de sua cama de casal e não viu nada nem ninguém, quando tristemente virou-se de volta para frente, abraçando seus joelhos, viu Carl com uma xícara de chá em cada mão, aquilo não fora um sonho, mas sim a lembrança da primeira vez que o vira, há dez anos atrás, mesmo com o tempo ainda acordava aflita e assustada toda noite pensando que aquilo não se passara de um sonho, um romance inventado pela sua mente, um filme bom.

Mas sempre o via em seu lado, não era um filme e sim a realidade, talvez houvesse romance na vida real, talvez os filmes e livros não fossem somente invenção, e Catarina era a prova disso.

***

Julia vê as luzes da sala de cinema se ascenderem, se levanta calmamente e sai em direção a porta, vendo o céu com vestígios de chuva, recorda as cenas daquele filme que acabara de ver. Estava emocionada e triste, filmes românticos sempre causavam esse efeito nela, sempre pensava que aqueles romances de cinema pudessem ser verdade, que como Cat e Carl pudessem ser real, “mas essas coisas são feitas só para filmes”, murmurava finalmente e acendia seu cigarro enquanto andava de volta para casa sentindo as gotas d’água pingarem em seu corpo.

Um comentário:

Divinius disse...

A LUZ QUE TE DEIXO É DA COR DA MINHA VIDA...)
Gostei de ler:)